Greve na TAP ameaça deixar em terra 320 mil passageiros
Por princípio sou favorável ao uso do direito à greve como forma de pressão sobre as administrações das empresas na luta por melhores condições.
Existem no entanto situações em que o bom senso e a consciência geral devem prevalecer sobre os interesses corporativos.
Serve isto para dizer que não compreendo a atitude dos trabalhadores destas duas empresas. Duas, das que mais prejuízo têm anualmente e continuadamente.
Não querer abdicar de algumas regalias, monetárias ou outras, no contexto em que o país está, é olhar só para o seu umbigo.
No sector privado estas duas empresas já tinham fechado portas há muitos anos. Concordo, que os transportes têm de ter uma vertente pública, e o apoio do estado, dada a sua especificidade.
Só que há boleia dessa vertente estratégica, acumularam regalias que ajudaram a criar um enorme buraco financeiro.
Falo mais da CP, com conhecimento de causa. Durante anos, um tio meu trabalhou na CP, mais tarde foram dois, e em casa dos meus avós toda a gente tinha direito a andar milhares de quilómetros (salvo erro 4000) sem pagar um centavo. Era usual numa carruagem cheia, só meia-dúzia de pessoas pagarem bilhete.
Podem argumentar que os dirigentes das empresas têm ordenados chorudos, então denunciem esse facto constantemente. Ao afundar ainda mais, empresas que são sorvedoras dos dinheiros públicos, é prejudicar todos os contribuintes.
Eu também tive cortes no vencimento em mais de 10%. Tive de me adaptar e reformular o meu estilo de vida, mas sem prejudicar os outros. E mais estou no sector privado.
À boa maneira portuguesa, achamos que toda a gente deve ajudar o país a sair desta situação. Desde que não mexam no meu bolso.
NÃO PODE SER.
Sem comentários:
Enviar um comentário