Na semana que passou, mais um dos meus colegas de juventude partiu deste mundo.
As circunstâncias da vida fizeram com que há alguns anos que não se encontrássemos. No entanto fui tendo notícias dele através de amigos comuns com quem falava nas minhas idas a Tramagal.
As várias doenças foram-no debilitando cada vez mais e o seu sofrimento era atroz, ao ponto de a mãe me dizer que assim deixou de sofrer. Para uma mãe dizer isto é preciso que as dores da vida sejam inimaginaveis.
Recordo as tardes passadas a esculpir madeira e a fazer outro tipo de artesanato que depois tentávamos vender e assim conseguir algum dinheiro para umas cervejas.
As tardes e as noites a ouvirmos música no meu gravador.
Aquele Verão, quando fomos trabalhar para a adega de Tramagal.
As discussões noite dentro.
As maluqueiras próprias da idade.
Tudo isto, e muito mais, tem passado pela minha cabeça desde que recebi a triste noticia.
O meu coração sangra enquanto escrevo estas palavras, mas não quis deixar de prestar esta homenagem a alguém que partilhou uma fase importante da minha vida.
Despeço-me de ti com um até um dia, ficarás para sempre na minha memória.
Asta la vista, PIRICA.